Muitas vezes, olhamos para a Europa ou para a Ásia em busca de exemplos de tecnologia futurista e sustentabilidade. Mas um dos maiores milagres energéticos do século XXI aconteceu bem aqui ao nosso lado, na América do Sul.
O Uruguai, um país pequeno com pouco mais de 3 milhões de habitantes, conseguiu realizar o que grandes potências ainda prometem para 2050: atingir quase total independência dos combustíveis fósseis na sua rede elétrica.
Hoje, impressionantes 98% da eletricidade consumida no Uruguai vem de fontes renováveis.
O mais incrível dessa história não é apenas o número, mas a velocidade. Há apenas 15 anos, o país vivia uma crise energética e dependia da importação de petróleo e eletricidade suja. A virada uruguaia é uma aula de como vontade política e estratégia podem mudar o destino de uma nação em tempo recorde.
Como Eles Fizeram Isso? (Sem Mágica, Só Vento)
A transformação, detalhada em reportagens recentes da NPR sobre o sucesso do modelo uruguaio, não dependeu de tecnologias experimentais ou nucleares. Eles apostaram no básico: vento, sol, água e biomassa.
O segredo foi a diversificação inteligente:
- Vento (A Força Principal): O Uruguai aproveitou seus ventos constantes para instalar parques eólicos em velocidade máxima. Hoje, o vento é responsável por uma fatia gigante da energia.
- Solar e Biomassa: Para complementar, investiram em painéis solares e usinas de biomassa (que usam resíduos agrícolas) para garantir energia quando o vento para.
- Hidrelétricas: A base que já existia foi mantida para dar estabilidade.
O Mito do “Verde é Caro”
Um dos maiores argumentos contra a transição energética é que ela “quebra a economia” e aumenta a conta de luz. O Uruguai provou o contrário.
A transição foi feita sem subsídios governamentais insustentáveis. O governo criou um ambiente seguro para investidores privados, garantindo contratos de longo prazo. O resultado? O custo de geração de energia caiu.
Ajustado pela inflação, o preço da energia para os consumidores uruguaios se manteve estável ou diminuiu em comparação com a era do petróleo volátil. Além disso, o país deixou de gastar bilhões importando combustíveis fósseis, blindando sua economia contra choques externos de preço.
De Importador a Exportador
A virada foi tão completa que o Uruguai agora tem um “problema bom”: excesso de energia. Em dias de muito vento, o país produz mais do que consome.
A solução? Exportar. O Uruguai vende regularmente seu excedente de energia limpa para a Argentina e, ocasionalmente, para o Brasil. O pequeno vizinho se tornou uma bateria verde para a região.
Esta história se conecta com outras inovações que vimos aqui, como a bateria de areia da Finlândia ou as estradas elétricas da Suécia. Todas mostram que a tecnologia para salvar o planeta já existe. O que o Uruguai provou é que é possível aplicá-la em escala nacional, agora mesmo.
Para o resto do mundo, a mensagem é clara: se um pequeno país sul-americano conseguiu em 10 anos, qual é a desculpa das grandes potências?
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